24 março 2007

Andava na rua achando-me insignificante. A observar como a vidas continuam a despeito da minha. Sentia o vento gelado bater como facas que cortam cada pedacinho do corpo. As luzes ofuscando os olhos que se já encontravam sem brilho. E por um segundo encontrei-me a flutuar. Digo, não a flutuar propriamente dizendo, mas a elevar a alma. Como se nada importasse e existissem apenas eu e as luzes. Elas pequeninas lá em baixo e eu não mais sendo o nada, mas agora regendo o mundo como uma orquestra. Aí voltei à realidade da minha insignificância.
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"Sim, eu tenho a cara do Pará
O calor do carimbó
O uirapuru que sonha
Sou muito mais,
Eu sou
Amazônia"