15 dezembro 2009

DESSE JEITO - Fabrício Carpinejar

Aquela mancha diesel do sovaco, aquela gasolina pelo corpo.

Odor concentrado, acampado nos ombros.

Suor impossível de esconder, de quem está de pé no ônibus todo dia, de quem trabalhou desde manhãzinha e não trocou de roupa, de cor, de sol.

Suor de engarrafamento, de janela aberta, de cabine de caminhão.

Suor macabro, frio e quente, de espanto e insistência. Suor que secou e voltou a correr. De usar as mangas, raspar os botões, embaçar óculos.

Suor de alardear cães de caça, própria da solidão de um foragido.

Camisa empapada, calça já colando nas pernas.

Suor de quem jogou futebol duas horas e ainda está pingando, com os cabelos desordeiros e a barba alerta.

Qualquer mulher apressaria o chuveiro.

Qualquer mulher mandaria me arrumar antes de conversar.

Qualquer mulher abriria barreira com os braços: "Nem se aproxima".

Qualquer mulher teria nojo, olharia de canto para não me enfrentar de frente.

Qualquer mulher torceria o nariz e pegaria uma revista para fingir leitura enquanto espera.

Para que me livrasse de mim, do hóspede incômodo, intruso. Que tranquilizasse primeiro a carne com sabonete e espuma, que arborizasse rapidamente o pescoço.

Qualquer mulher, não a minha.

Ela me enlaça quando chego. Nem me deixa explicar. Agradece que fui recebê-la assim, desajeitado, direto da rua, do compromisso.

Atraída pelo meu cheiro como um animal em extinção.

Aviso que vou me lavar, ela acena que não.

Eu me desculpo dos modos, ela encaixa as pernas na minha cintura.

Mantenho o respeito, ela confessa que gosta da brutalidade, da crueza.

Tento afastá-la, ela xinga que não está nem aí.

Vai me encabulando de anseios.

Diz que é química.

Não respira, fareja.

Persegue cidades em mim.

Repassa seu nariz pelo meu braço, de um lado para outro, de um lado para o outro, como quem enxágua os traços.

Pede que eu tire as roupas, que venha para dentro. Agora.

07 dezembro 2009

Ciclo

Outros problemas
Outras preocupações
Dilemas
Diferenças
Não se foge do tempo
Vivência determina
Deveria vir cru?
Teria outras experiâncias?
Viveria de outra forma?
Enlouquece
Desnorteia
Domina
Leva
Devora
Acaba

05 novembro 2009

The End

Minhas armadilhas me pegaram e dessa vez foi de jeito.
Minha dificuldade em me relacionar vem da total incapacidade em confiar nas pessoas.
Sim, tenho meus motivos, acreditem. Coisas que só Deus sabe que tive de ouvir e calar-me, resultando em algo como o veneno que se toma e não há antítodo; espalha-se até tomar conta, sufocar, dar o último suspiro.
Meio dramático de fora, mas devastador por dentro.
Suspiro pela última vez.
É o fim.

27 outubro 2009

Tesão é isso.

Não basta a agudeza intelectual para descobrir uma coisa nova. Faz falta entusiasmo, amor prévio por essa coisa. O entendimento é uma lanterna que necessita ser dirigida por uma mão, e a mão necessita ser mobilizada por um anseio pré-existente para este ou outro tipo de possíveis coisas. Em definitivo, somente se encontra o que se busca. E o entendimento a encontra porque o amor busca.
(Ortega Y Gasset)

16 outubro 2009

Todo mundo tem o que deseja.

Estou eu em mais um dia conturbado, daqueles que nos faz refletir sobre o rumo que a vida tem tomado. Cansada. De doação sem retorno, exaurindo minhas energias com coisas e pessoas que não valem a pena, situações sem futuro e dispensando as que darão resultado.

A gente sabe quando a dedicação é recíproca, pois um dia soube os itens que qualificavam reciprocidade.

Aí você se enxerga percebendo tudo, sentindo tudo, enquanto os outros estão completamente alheios.

É bem um negócio instigante que leva a pensar nos mecanismos loucos que gerenciam as atitudes humanas.

Pra ter sucesso, temos que sentir primeiro a dor; homem só gosta de mulher difícil; a gente só dá valor quando perde; fazemos alguém pensar mais quando calamos, do que quando falamos... O mundo acontece todo ao contrário!?

Dispensamos horas de nossas curtas vidas driblando algo que não deveria precisar ser driblado! Temos que organizar nosso cérebro e educá-lo para jogar o tempo todo!

Cansada.

Exaurida.

Escrevo.

Meus gritos internos parecem não fazer efeito! Estou trancada num cubo dotado de isolamento acústico, onde poucos sabem entrar. Os que sabem, logo perdem a habilidade de ir e vir. Saem e não conseguem voltar mais. Acho que se cansam. Creio que e ocupam com seus próprios jogos de driblar.

Insisto.

Logo desisto.

Deve ser mais divertido jogar.

Então, aí vou eu.

06 outubro 2009

Cada um nasce para o que é.

Essa semana deparei-me com minha mãe, numa de nossas poucas conversas sensatas, a afirmar categoricamente que eu nasci no lugar errado.
Coloquei-me a pensar. Veja bem, não sou daquelas que lamenta dia e noite o infortúnio de estar onde estou, ou a falar mal do meu local de origem, esmiuçando as suas mazelas atribuídas a este ou àquele governante.
Meu questionamento é mais profundo e (eu diria até) romântico. Constantemente surpreendo-me imersa numa "estratégia de marketing oculta"(?). Encontro a míngua de conviver com pessoas, vivenciar situações que antes de ter o mínimo contato com os mesmos, ignorava sua elementaridade em minha existência. Marketing. As situações "criaram" em minha consciência a incontrolável necessidade de palpar coisas que eu nem sabia existirem.
Enfim. Esta gana está aí, pairando em meus desejos mais ocultos de liberdade do conhecer. Sinto que o cerco se fecha. O divisor de águas fica cada dia mais evidente e, enquanto de um lado há um emaranhado turvo de idéias que beiram a loucura, na outra margem floresce um senso de clareza, transparência no qual meus intuitos mais verdadeiros aplicados efetivamente no crescimento do ser de modo intelectual, espiritual, psicológico, evolutivo, levam-me a enxergar em mim o início de uma onda, que teve origem em uma pequena pedra jogada despretensiosamente na água, e assume uma magnitude com o passar do tempo, ao encontrar obstáculos multiplicando-se em inúmeros outros ímpetos.
Vejo que cada atitude ou "não-atitude" terá uma consequência e preciso de meios para doar o melhor.
Aqui, no lugar errado, ou nos lugares certos que já me encontrei.
Paris, África, Japão, Inglaterra, ou mesmo no Rio, a matemática que me rege anseia por encontrar essas tantas outras fórmulas de pessoas, que, combinadas à minha, resultarão em crescimento, expansão, preenchimento desses seres que, segundo algumas politicamente incorretas teses, são desprivilegiados, inclusive, pela genética.
Seria eu um deles ou sabia é minha mãe?

30 setembro 2009

Reflexo

I don’t care about what you do for a living.
I want to know what you love most,
and if you dare to face your own demons.
I don’t care how old you are.
I want to know if you will risk looking like a fool for love,
for your dreams, for the adventure of being alive.
I don’t care what your fucking sign is,
I want to know if you have touched the center of your sorrow,
if you have been opened by life’s betrayals or
if you have become hard and closed from fear of further pain!
I want to know if you can tolerate pain, mine or your own,
without trying to hide it or changed it or fix it.
I want to know if you can be with joy, mine or your own;
If you can get crazy and dance, letting the energy fill you
to the tips of you fingers and toes with out cautioning us to be
careful, be realistic or to remember the limitations of being human.
I don’t care if the story you are telling me is true,
I want to know if you can disappoint another to be true to yourself;
if you can bear the accusation of betrayal and not betray your own soul.
I want to know if you can be faithful and therefore trustworthy.
I want to know if you can see beauty
even when it is not pretty every day,
and if you can source your life from Wisdom and Compassion.
I want to know if you can live with failure, yours and mine,
And still stand up and shout gabba gabba hey, for no reason at all.
I don’t care about where you live or how much money you have.
I want to know if you can get up after the night of grief and despair,
weary and bruised to the bone and do what needs to be done for the children.
I don’t care who you are, what band you are in or how cool you are.
I want to know if you will stand in the middle of the fire with me
and fight for what we know is right.
I don’t care what religion, race, sexual preference or political stance you have.
I want to know what sustains you from the inside when all else falls away.
I want to know if you can be alone with yourself,
and if you truly like the company you keep in the empty moments.

21 setembro 2009

Oração de 21 de setembro

Ando tentando achar uma maneira de amar incondicionalmente as pessoas e ainda não encontrei.
Escrever não é um meio de encontrar uma resposta, mas de desabafar mesmo.
Tenho buscado insistentemente meios de tornar-me um vidro; o sol bate e passa sem que ele mude suas características, no máximo reflete em alguns momentos, mas passa ileso às transformações climáticas aceitáveis (leia-se: nada muito absurdo), mas parece provação, coisa cármica mesmo!
É uma ingratidão, o zodíaco dizendo que o possuidor daquele determinado signo é genioso, de personalidade forte, ou mesmo alguém que considera o que é importante pra mim a coisa mais boba e atropelável.
É como se eu sempre estivesse entendendo o modo das pessoas demonstrarem amor, mas constantemente submetendo-me ao "não-entendimento" delas para com a minha forma de transbordar o meu.
Intimamente reformo-me para adequar-me ao método que acho necessário para enfrentar minha evolução e acabo por encontrar com paradoxos e questionamentos intermináveis de como deveria conduzir esta ou aquela situação.
Desejo exercer um dia com clareza e sublimação todos os valores que um dia, inclusive hoje, disse acreditar.
Almejo no âmago da caixa de minhas vontades mais entranhadas ter maturidade suficiente para enfrentar e aprender (!) com as intempéries que um dia ousei implorar para encontrar na trajetória dessa vida.
Amém!

O Amor

E alguém disse:
Fala-nos do Amor:

- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem
vos possa ferir.

E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.

Porque assim como o vosso amor
vos engrandece, também deve crucificar-vos
E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais frágeis
que tremem ao sol,
também penetrará até às raízes
sacudindo o seu apego à terra.

Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do joio.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.

Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.

Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer os segredos
do vosso coração,
e por este conhecimento vos tornardes
o coração da Vida.

Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair do campo do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.

O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.

O amor não possui
nem quer ser possuído.

Porque o amor basta ao amor.

E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos escolher,
marcará ele o vosso curso.

O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.

Mas se amarem e tiverem desejos,
deverão se estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.

Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência do amor,
e sangrar de bom grado e alegremente.

Acordar de manhã com o coração cheio
e agradecer outro dia de amor.

Descansar ao meio dia
e meditar no êxtase do amor.

Voltar a casa ao crepúsculo
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado,
e na boca, um canto de louvor.
Khalil Gibran

18 setembro 2009

A tela dessa vida

Não queria agir como idiota, mas acho que acabo parecendo como tal... Não consigo conversar civilizadamente e acabo me fechando para as pessoas que realmente importam.
É como se não houvesse alguém nesse mundo que pudesse entender meus dilemas e por isso me afasto para apenas observar e mover minha peça no tabuleiro.
As palavras saem da minha boca sem controle e quando termino um período, tenho plena certeza de que meu interlocutor teria ficado melhor sem esse desordenado que saiu de mim e fluiu até ele como a água de um rio, que sempre encontra um modo de chegar onde quer; nesse caso, querendo em vão me ajudar a explicar o que é inteligível para qualquer pessoa senão eu.
Por um longo período de tempo, talvez o tempo que tomou essa vida, imaginei que ninguém teria a capacidade de penetrar nos meus questionamentos, não por burrice, mas porquê cada um é de uma cor e está envolvido no seu próprio processo elucidativo sobre o mundo.
Estou eu falando de cores: cada indivíduo tem uma cor própria e cada par de cores resulta numa nova cor. Se uma das cores muda, o resultado final, naturalmente, muda.
Com essa mistura de cores, processos, pensamentos, questionamentos, "eurekas", nos perdemos nos nossos achados, que nos levam, também, a enveredar pelo caminho do distanciamento das cores que envolvem nosso universo. Portanto, o que deveria ser um processo criativo e evolutivo, torna-se uma chata pintura de cor primária.
Quero minha tela colorida harmonicamente, com as cores que valem a pena, texturas que encantam, firmeza no tracejar, ou no pincelar... Entende?

10 setembro 2009

O Clube dos Cornos Raivosos

Nada contra os cornos convictos, comprovados através de fatos, até mesmo aqueles que se acham atraiçoados por causa de um compromisso assumido e uma desconfiança velada.
Venho aqui falar dos galhudos "ilegítimos". O pior tipo de corno. O menos divertido. O mais revoltado. Costumo denomina-lo "situação-problema".
Explicar-me-ei: essas vítimas de suposta infidelidade, tecnicamente, nunca carregaram um grama sequer a mais na cabeça, que proviesse de um adultério!
Não entendo por que insistem em lamuriarem-se explícita e publicamente, reclamando "direitos" que insistem em achar seus.
Eu sustento (falar e ouvir) verdades, mas você as suportaria?
É mais ou menos isso...
Como a maioria esmagador dos seres racionais deste mundo não sustenta-se emocionalmente ao ouvir essa verdade doída (que a geração Coca-Cola não admite nem em sonho) chamada NÃO, qualquer negativa torna-se uma celeuma que renderá semanas de ligações, e-mails, tuitadas a fio.
UFA!
Adornados ou não, vivamos a lealdade, que é mais consistente, palpável e facilmente detectada quando existe ou quando é apenas um sopro de areia que o vento esqueceu de levar.

01 setembro 2009

Defendendo a (minha) causa!

Gente, achei esse texto que tem a cara de dois grupos que conheço: os que infelizmente não gostam (e com os quais me recuso a gastar palavras, por hora), e os que deliciosamente não apenas concordam, mas exercem sua masculinidade ao máximo, dando e recebendo o que há de mais íntimo nessa troca louca que é o sexo... rsrsrs
Divirtam-se!

Viva o sexo oral!
Por *Adriano Silva

Não consigo entender homem que não gosta de fazer sexo oral na mulher. É um pouco como não gostar de chocolate, de sorvete ou de pizza. Conversar bem de pertinho com a xoxota (não me leve a mal, é um termo querido e carinhoso) da mulher amada é um desses prazeres absolutos, que deveriam pairar acima das diferenças de gosto individuais, entrar no currículo de todas as escolas de ensino médio, constar na Constituição dos países como um direito inalienável - e, ao mesmo tempo, um dever cívico - de qualquer cidadão que se dê ao respeito.
A única explicação que encontro para a inapetência bucal de alguns homens - minhas condolências para o marido ou namorado que pertencem a essa estirpe - é que, no fundo, eles não gostam de mulher. São homens que se dizem heterossexuais e românticos, mas não amam de verdade o delicado e poderoso universo feminino. São sujeitos metidos a machões que no fundo gostam mesmo é de pêlos, músculos e testosterona. Se fossem romanos, viveriam nas termas com seus colegas centuriões, caçoando das mulheres, cercado de jovens mancebos seminus.
Acredito que homens assim costumam considerar as mulheres seres inferiores. Têm nojo de vagina. Sentem asco das umidades. das reentrâncias, das texturas, das sensacionais fragrâncias do corpo feminino. E enxergam submissão no ato de colocar a boca na genitália alheia. Por isso adoram ganhar sexo oral, mas dariam um testículo para não retribuir de jeito algum. E não raro fazem questão de ganhar o seu em pé, obrigando a mulher a se prostrar de joelhos à sua frente. gozam mais com essa falsa sensação de poder e dominação do que com qualquer outra coisa. Um desbalanço, uma injustiça e um contra-senso contra os quais esta coluna se insurge indignadamente.
Eu sei, muitas mulheres, mesmo as modernas e independentes, ainda não se sentem completamente à vontade na hora de receber esse carinho. Aliás, de tão tensas, apreensivas e constrangidas, mal conseguem relaxar, curtir e sentir prazer. É o seu caso? Vamos lá... Você tem muito a ganhar perdendo a vergonha, sabia? Pare de achar que suas fendas, orifícios, curvas retas e mucosas não são um bom lugar para um sujeito passear com a sua língua. Eles são o paraíso! Posso garantir isso a você.
Não há nada mais encantador e saboroso, para o homem que sabe o que quer, do que a vulva, o clitóris, os aromas hormonais, a greta rósea, os pelinhos perfumados e sedosos. afundar os lábios, o nariz, o queixo, o rosto inteiro nesses desvãos e esconderijos é a expressão máxima da excitação masculina, da doce entrega de um homem aos mil prazeresque só uma mulher pode proporcionar. Poucas sensações no mundo são tão boas quanto baixar a calcinha da namorada, acredite. Sentir o cheiro quente e o toque macio daquelas carnes túrgidas e privadas, da intimidade alheia se abrindo inteira para você. Beijar com vagar e volúpia os pequenos e grandes lábios, carnudos, reluzentes, intumescidos. Lambuzar-se por inteiro nos líquidos cristalinos que só um gineceu pronto para o acasalamento sabe produzir - e sorver o seu gosto ímpar, raro, inesquecível.
Sexo oral é sofisticação do paladar, iguaria gastronômica, refinamento de olfatoe de todos os sentidos. Sexo oral é quitute, é biju, é bouquet, é comida fina - não pode ser tabu. Sexo oral é coisa de quem sabe viver. De quem é feliz e gosta de fazer feliz. Sexo oral é bom de ganhar e muito melhor de fazer. O homem que não souber disso não merece o chope que bebe. E não merece você.

27 agosto 2009

Só sei que foi assim...

Vontade de ficar junto...
Desenvolvendo sabe?
Tipo duas plantinhas que nascem perto uma da outra, e as raízes se cruzam...
Plantinha cresce e vc não vê!
É sutil.
Construido.
Tranquilo.
Você pensa que ta parado.
Mas cresce...
Quando vê:
já foi!
Ou melhor:
já veio...
Tomou conta,
quebrou a calçada,
rachou o muro...
A natureza encontra sempre um caminho, né?

Nenhuma trajetória passará despercebida àquele que faz valer a pena

Venho por meio desta (postagem) expressar minha euforia diante da vida.
Euforia, não ansiedade.
Euforia, por definição é a sensação fisiológica de bem estar.
Alguém ansioso perde tempo esperando o que é certo vir, posto que sendo certo, deveria ocupar-se do que não é certo, certo(!)?
Mas voltando ao motivo que me traz a essa percepção, tem coisas que simplesmente acontecem, pessoas que, por constantemente encantar, apaixonam, e surpreendentemente são amadas.
As três características: "encantável", "apaixonável", "amável" só funcionam quando acontecem respectivamente e a última a acontecer não exclui as demais.
Pelo contrário! A harmonia que se estabelece dessa união é vital aos indivíduos relacionais.
Busquei por tempos a fio o segredo matemático das relações interpessoais e ele me vem assim, de bandeja, como se fosse uma batata frita de boteco, comum, corriqueiro, e não é que o danado tava lá?
Portanto, isso que eu acho ser calculado como astrologia, e que, diga-se de passagem, tem gente que insiste em duvidar, deve ser estabelecido pelos seres inconscienciosos (essa existe!) do processo, senão perde a graça.
Vamos acreditar no acaso que os astros esfregam em nossa cara, ficar eufóricos, fazer valer.
Afinal, o que é certo virá de qualquer forma...

26 agosto 2009

Vai encarar?

"Eu queria ver no escuro do mundo
Aonde está o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas pra te prender?"

Pergunto.
Observo.
Busco.

O que?
Pra que?
Pra quem?

Protejo-me dele, do que pode me fazer querer.
Tenho medo e minha ânsia pelo concreto suga demais.
Falo coisas do amor palpável, mas não sei do que se trata.

Não sinto.
Não tento.
Não dou.

E aí?

Assunto encerrado.

25 agosto 2009

A viagem

Enveredei numa travessia interior profunda... Não é uma reforma tão íntima como deveria, mas o início de algo que, sei, será muito bom.
Estou presa há muito tempo em algo que é fatal: deixei-me moldar por dores que encontrei no caminho trilhado e escolhido minuciosamente (quem diria?) por mim.
Despenquei numa rede de desamores traiçoeiros e coleciono hoje uma gama de tristes e tristezas, que insistem em ficar expostos numa vitrine, meio que esfregando na minha cara e envergonhando-me de mim mesma.
Redenção, Perdão.

Dor.

Não quero mais que o mundo sofra por algo que eu senti.
Despida de orgulho, vaidade...
Tirei a máscara que me permite atuar, alcançar mãos delicadas (ou não), para logo queimá-las com minha brasa que vai da paixão ao desafeto.

Drama.

Quero essa dor fina que rasga aos poucos os altivos: a humildade.
Chega de palavras de perda.
Decidi. Não quero mais perder pessoas importantes.
E tenho dito.