18 setembro 2009

A tela dessa vida

Não queria agir como idiota, mas acho que acabo parecendo como tal... Não consigo conversar civilizadamente e acabo me fechando para as pessoas que realmente importam.
É como se não houvesse alguém nesse mundo que pudesse entender meus dilemas e por isso me afasto para apenas observar e mover minha peça no tabuleiro.
As palavras saem da minha boca sem controle e quando termino um período, tenho plena certeza de que meu interlocutor teria ficado melhor sem esse desordenado que saiu de mim e fluiu até ele como a água de um rio, que sempre encontra um modo de chegar onde quer; nesse caso, querendo em vão me ajudar a explicar o que é inteligível para qualquer pessoa senão eu.
Por um longo período de tempo, talvez o tempo que tomou essa vida, imaginei que ninguém teria a capacidade de penetrar nos meus questionamentos, não por burrice, mas porquê cada um é de uma cor e está envolvido no seu próprio processo elucidativo sobre o mundo.
Estou eu falando de cores: cada indivíduo tem uma cor própria e cada par de cores resulta numa nova cor. Se uma das cores muda, o resultado final, naturalmente, muda.
Com essa mistura de cores, processos, pensamentos, questionamentos, "eurekas", nos perdemos nos nossos achados, que nos levam, também, a enveredar pelo caminho do distanciamento das cores que envolvem nosso universo. Portanto, o que deveria ser um processo criativo e evolutivo, torna-se uma chata pintura de cor primária.
Quero minha tela colorida harmonicamente, com as cores que valem a pena, texturas que encantam, firmeza no tracejar, ou no pincelar... Entende?