01 abril 2007

"Não basta ser honesto, é preciso parecer honesto."

Sábias palavras da mulher de César.
Amar, ser Leal, Fiel, Cúmplice, Amigo, Confidente, Ético.
Nada disso basta se não parecê-lo.
Essa frase não me tem saído da cabeça e resolvi escrever a respeito.
Não tem mistério.
Não tem explicação.
Aliás, como parecer tudo isso?
Como ir contra à sua natureza de ser humano, naturalmente (!) passível de erros.
Difícil.
Ah, como somos volúveis, digo, não no sentido pejorativo, mas no de inconstância, de instabilidade.
Fatos que se contradizem, palavras que confrontam palavras (ou atitudes!)...
Nos deixamos levar por meras ilusões que acreditamos (ou queremos) ser "honestas", mas que no fundo não parecem "honestas".
Situações que no auge da racionalidade nos fazem querer questionar a integridade das atitudes, ou que no calor da emoção somos levados a nos atirar precipício abaixo sem conhecer a profundidade.
Enfim, nem conhecemos a nós mesmos, então, como prever e acautelar-mo-nos das ações imprevisíveis do outro?
Resta apenas a resignação, a aceitação da diferença, da condição de não conhecedores dos pensamentos e desejos senão os nossos (ainda assim enxergando um emaranhado de mistérios inteligíveis).
Portanto, não tenta conhecer o outro.
Conhece-te a ti mesmo.
Sê e parece honesto contigo.
Quem sabe um dia evoluis o suficiente, não para entender, mas para aceitar o que antes parecia inconcebível.